No 3º mês de saída do Egito, depois de se acamparem no
Sinai, Moisés foi chamado à montanha a encontrar-se com Deus. Israel ia ser
agora tomado em uma relação íntima e peculiar para com o Altíssimo — sendo
incorporado como uma nação sob o governo de Deus. Ex 19:4-6 Os Dez Mandamentos ou o Decálogo é o nome dado ao conjunto
de leis (regras) escritas por Deus em duas tábuas de pedra e entregues a Moisés
em Horebe na península do Sinai.
Península do Sinai:
Península montanhosa e desértica do Egito, entre os golfos de Suez e Aqaba.
Tinha uma planície de 4000 mt de comprimento por 800 Mt de largura, tamanho
suficiente para que ficassem acampados os cerca de 11 meses que durara este
evento.
“Uma
península é uma
Região cercada de água por todos os lados, excepto por um, pelo qual se liga a um continente,
chamado istmo.”
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Moisés voltou ao
acampamento e tendo convocado os anciãos de Israel, repetiu-lhes a mensagem
divina: Ex 19:7- Assim entraram em um concerto
(aliança) solene com Deus, comprometendo-se a aceitá-Lo como seu Governador,
pelo que se tornavam, em sentido especial, súditos sob Sua autoridade.
Deus fez da ocasião em que falaria a Sua lei uma cena de
terrível grandeza, à altura do exaltado caráter da mesma. O povo deveria
entender de que todas as coisas ligadas ao serviço de Deus, deviam ser
consideradas com a maior reverência Hb 12:21 - Dt 33:2,3.
Não fora proferida naquela ocasião exclusivamente para o
benefício dos hebreus. Deus os honrou, fazendo deles os guardas e conservadores
de Sua lei, mas esta deveria ser considerada como um depósito sagrado para todo
o mundo. Os preceitos do Decálogo são adaptados a toda a humanidade, e foram
dados para a instrução e governo de todos. Dez preceitos breves, compreensivos,
e dotados de autoridade, abrangem os deveres do homem para com Deus e seus
semelhantes; e todos baseados no grande princípio fundamental do amor. “Amarás
ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as
tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo”. Lc
10:27; Dt 6:4,5; Lv 19:18. Nos Dez Mandamentos estes princípios são
apresentados pormenorizadamente, e aplicáveis às condições e circunstâncias do
homem.
1ºMandamento - Êxodo
20:1-3
— Essa declaração é o
ponto de partida do pacto, pelo qual Deus revela quem ele é e o que fez pelo
seu povo pactual. Desse indicativo fluem todos os imperativos dos Dez
Mandamentos e, assim, Deus revela qual o significa dele ser o nosso Deus e
sermos o seu povo. Essa é a estrutura do pacto e a lente pela qual nós devemos
entender a nossa obediência aos preceitos divinos.
A graça de Deus é o fundamento necessário da nossa
obediência. Ele é o Deus que guarda a aliança e que fez promessas a Abraão,
Isaque e Jacó, como o nome pactual SENHOR (Javé) significa. Ele é
também o Deus criador que, sozinho, fez os céus e a terra, como o nome Deus
significa.
O Senhor, o Ser eterno, existente por Si mesmo, incriado,
sendo o originador e mantenedor de todas as coisas, é o único que tem direito a
reverência e culto supremos. O Senhor é o único e verdadeiro Deus. Na
realidade, não há outro Deus. O que há é a tentativa de criaturas caídas, em
roubar a glória que só pertence a Deus. Proíbe-se ao homem conferir a qualquer
outro objeto o primeiro lugar nas suas afeições ou serviço. Na atualidade,
teologicamente falando, seguimos uma conduta monoteísta, não cultuamos outros
deuses. Entretanto, há circunstâncias em que objetos, eventos ou pessoas se
tornam tão ou até mais importantes do que Deus para nós. A atualidade vive uma
vida em busca do material, não se importando tanto com o espiritual. A busca
por receber objetos, posses, prosperidade puramente materialista, a traves de
uma dita espiritualidade, vai se constituir em um tipo de culto ao que é
perecível e passageiro. O que quer que acariciemos que tenda a diminuir nosso
amor para com Deus, ou se incompatibilize com o culto a Ele devido, disso
fazemos um deus.
É uma realidade assombrosa que nós, como Israel desfrutemos
de um relacionamento tão mesclado com Deus. De um lado, Deus os tirou do Egito
(e nos livrou do mundo e a escravidão do pecado) para que pudéssemos guardar os
próprios preceitos que Ele deu, começando com o 1º mandamento – não ter outros
deuses diante de Javé. Ao mesmo tempo, a pecaminosidade dos seus (e nossos)
corações é exposta pelos mandamentos que o Senhor deu. Os preceitos demandam
não apenas uma obediência externa, mas também uma obediência do coração. Apenas
Deus é digno do amor e da adoração deles. Nenhum outro deus os havia salvado;
nenhum outro deus poderia sustentá-los; e com nenhum outro deus o Pastor de
Israel dividiria a afeição e a lealdade deles.
O 1º mandamento é frequentemente repetido no relacionamento
pactual entre o Senhor e Israel. Deus frequentemente os lembrava de quem Ele é,
do que fez por eles e de que eles não deveriam permitir que falsos deuses se
colocassem entre Ele e o seu povo. Como Deus se descreve em Oséias, ele havia
se casado com Israel e era um marido perfeitamente fiel à sua esposa; o que ele
esperava dela era o amor e a fidelidade do coração, da alma e da força.
Infelizmente, apenas afirmar e reafirmar as suas expectativas não despertou o
amor e a fidelidade que Deus desejava de Israel. Com o tempo, o coração de
Israel, espelhando o nosso próprio, ansiou por outros deuses e se apartou dos
preceitos da aliança. Deus teria de fazer algo radical, algo invasivo, algo que
o seu povo não poderia fazer por si mesmo, a fim de libertá-los e nos libertar
da infidelidade dos nossos corações. Em síntese, outro êxodo precisaria
ocorrer, trazendo uma superior salvação.
E é por essa razão que o Evangelho de João descreve Jesus
não apenas como o Deus de Israel em carne, mas também como um novo Moisés, o
qual veio para efetuar uma melhor redenção. Assim como Deus foi adiante de
Israel, também Jesus foi adiante de nós, todo o caminho até a cruz. Ele nos
mostrou o que significava não ter “outro deus” diante do seu Pai nos céus, pois
Jesus não apenas obedeceu a lei do Senhor, ele também amou o Senhor, seu Deus,
de todo o seu coração, alma e força. O seu amor e lealdade para com o seu Pai
Celeste foram tão inconfundíveis quanto o seu amor e lealdade para conosco. O
seu amor foi demonstrado no modo como ele amou aqueles que seu Pai amou e no
modo como ele entregou a si mesmo como o sacrifício pelos nossos pecados.
Dia após dia, precisamos ser lembrados do infalível amor de
Deus por nós em Cristo. Também precisamos andar em novidade de vida, em amorosa
obediência a Deus, dando-lhe a primazia em nossos corações. Nós somos a igreja
de Cristo e, nele, fomos lavados, remidos e amados. Nós amamos e obedecemos
seus preceitos porque, dos céus Ele desceu e nos buscou para fazer-nos Sua
noiva santa; com o Seu próprio sangue nos comprou e por nossa vida Ele morreu.